Em apoio à verticalização de favelas no Rio de Janeiro
Artigo no jornal O Globo de hoje traz a preocupação de setores da sociedade carioca com um fenômeno recente ocorrendo nas favelas do Rio de Janeiro: sua verticalização.
Verticalização de áreas urbanas significa a substituição das moradias de um ou dois andares, normalmente casas, por prédios com vários andares, permitindo que muitas pessoas consigam viver em um espaço onde anteriormente vivam poucas pessoas. A reportagem traz ainda uma foto da Favela do Vidigal, no Leblon, que ilustra esse comentário.
Para o Presidente do Instituto de Arquitetos do Brasil o processo de verticalização é ação do “capitalismo selvagem” onde o crescimento de moradia ocorre sem regras, sem participação do poder público para regular as relações entre empreendedores e moradores, sem organização e sem segurança.
O tal Presidente só não conseguiu explicar o que ele ou o Governo têm a ver com isso. Se empreendedores e consumidores estão em livre acordo, houve na prática uma maximização dos efeitos positivos dos bens e serviços sociais. E se isso não fosse o suficiente, tanto empreendedores quanto consumidores são adultos o bastante para entender as responsabilidades dessa compra e venda.
Os regramentos urbanos têm, cada vez mais, criado escassez artificial de moradia ao impedir a verticalização, sob o argumento de que isso é bom para o meio-ambiente e para a qualidade de vida de quem já mora em determinadas localidades. Por trás desse argumento está um sentimento elitista de exclusivismo sobre determinada região que resulta ainda em déficit habitacional e especulação imobiliária. Esse problema, que hoje se restringe ao que se chama no Rio de “asfalto”, agora quer ser estendido ao “morro”. Na verdade, o que precisamos é de mais flexibilidade e mais respeito a direitos de propriedade nos bairros ordinários, e não de mais restrições nas comunidades.
O “capitalismo selvagem” dos morros está criando excedente de moradia com baixo custo nas comunidades. Já o estatismo selvagem do IAB cria licenças, falta e encarecimento de imóveis e enriquecimento ilícito de fiscais. Entre o capitalismo e o estatismo, eu fico com o primeiro, obrigado.
Sou arquiteto e o IAB, para parafrasear os frasistas revolucionários do momento, ‘não me representa’!