Ecos do Passado
Leio no GLOBO que mais de dois terços dos deputados americanos aprovaram uma lei que visa a dificultar o programa do presidente Barack Obama de receber até dez mil refugiados sírios nos Estados Unidos este ano. A iniciativa dos republicanos, que contou com o apoio de inúmeros democratas, foi tomada como resposta aos atentados de Paris, e o objetivo declarado é evitar a entrada de terroristas infiltrados.
Se os congressistas americanos conhecessem um pouco melhor a sua própria história, talvez essa lei lamentável (e possivelmente trágica) não tivesse sido aprovada.
Em 13 de maio de 1939, o transatlântico alemão St. Louis partiu de Hamburgo com destino a Havana, Cuba. A bordo, 937 passageiros, quase todos judeus alemães fugindo do Terceiro Reich.
A maioria dos passageiros havia solicitado vistos americanos e planejava ficar em Cuba somente até que pudesse entrar nos Estados Unidos. Porém, depois que o St. Louis zarpou, as condições políticas em Cuba mudaram. A viagem atraiu grande atenção da mídia, mesmo antes de sua saída de Hamburgo. Jornais cubanos de direita lamentaram a sua chegada iminente e exigiram que o governo cubano parasse de admitir refugiados judeus, devido a possíveis infiltrações comunistas e anarquistas entre eles. Miravam, evidentemente, o inimigo errado, como ficaria claro 20 anos depois.
Depois de Cuba haver negado a entrada dos refugiados, a imprensa ocidental divulgou a história para milhões de leitores em todo o mundo, em especial nos Estados Unidos, onde pesquisas de opinião indicavam, com larga margem, que a maioria dos americanos era contra o eventual asilo.
Ao deixar Havana, o St. Louis navegava agora perto da costa da Flórida. Inconformados por ter de voltar à Europa, alguns passageiros telegrafaram ao presidente Franklin D. Roosevelt pedindo refúgio, mas nunca obtiveram resposta. Um telegrama do Departamento de Estado, enviado a um dos passageiros, afirmava, burocraticamente, que todos os candidatos deveriam esperar a sua qualificação na lista de espera. O Departamento de Estado e a Casa Branca tinham decidido não tomar medidas extraordinárias para permitir que os refugiados entrassem nos Estados Unidos.
Oficialmente, a desculpa para recusar os imigrantes foi a crise econômica, mas sabia-se que a política isolacionista americana, então endossada pala maioria dos seus cidadãos, não pretendia melindrar o Führer. Por outro lado, se hoje os americanos temem a entrada de terroristas do EI, naquela época havia o medo (bastante real) de que, entre os alemães, houvesse espiões de Hitler.
Na sequência, o St. Louis navegou de volta para a Europa. Os passageiros, no entanto, não retornaram à Alemanha: 288 foram aceitos pela Grã-Bretanha, a Holanda admitiu 181, a Bélgica ficou com 214 e 224 encontraram refúgio na França. Dos refugiados admitidos pela Grã-Bretanha, todos sobreviveram à Segunda Guerra, exceto um, que foi morto durante um ataque aéreo em 1940. Dos 620 passageiros que retornaram ao continente, 87 conseguiram emigrar antes da invasão alemã e 532 foram presos pelos alemães durante a ocupação. Desses, pouco mais da metade (278) sobreviveu ao Holocausto. Os demais 254 morreram nos campos de concentração nazistas.
Claro, existem enormes diferenças históricas e contextuais entre o passado e agora. Mas, como frisou recentemente Dana Milbank, é difícil ignorar os ecos do passado quando confrontados com essa verdadeira sanha xenofóbica do presente.
Publicado originalmente no Globo, sob o título “Passado que confronta a xenofobia”, em 26/11/2015
Como o articulista ressaltou, “existem enormes
diferenças históricas e contextuais entre o passado e agora.” A principal
delas está relacionada ao Islã e a dificuldade de convivência entre os
islâmicos e a CIVILIZAÇÃO ocidental.
Para uma visão mais acurada do problema enfrentado pela Europa, que os EUA não
querem importar, sugiro a leitura diária dos artigos transcritos no site do
Instituto Gatestone, que estão disponíveis em português no endereço abaixo:
http://pt.gatestoneinstitute.org/
O islâmico só possui uma única nacionalidade: o ISLÃ. E uma única
“missão”: submeter toda e qualquer outra cultura aos islamismo
através da Jihad (guerra santa – confronto permanente).
Onde a população islâmica é maioria nada floresce. Quando ela for maioria na
Europa os alemães, franceses e suecos terão de pedir licença e deixar o país.
Uma coisa é voce ajudar o carinha que dorme debaixo da marquise na porta da sua casa…outra coisa é por ele pra dentro, com seus habitos e culturas…os migrantes queriam se integrar a sociedade, o que hj claramente não é o objetivo dos que migram