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Brasil não é anão diplomático, só tem um governo hipócrita e esquerdista

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anaobrasilO Governo brasileiro soltou ontem uma nota oficial declarando que considera inaceitável a escalada de violência entre Israel e Palestina. Condenou ainda o uso desproporcional de força por parte do exército israelense que teria resultado na morte de milhares de crianças e mulheres. Em resposta, a chancelaria de Israel chamou o Brasil de “anão diplomático” e que mais atrapalha que ajuda.

O Brasil não é um anão diplomático, sendo um ator internacional ativo desde a criação da ONU, o que demonstra certo despeito e rancor, até compreensíveis, por parte da chancelaria israelense. O problema do Brasil é mais profundo, de ordem moral e emocional: o governo brasileiro é hipócrita e esquerdista.

A hipocrisia do Governo ao retirar o embaixador local para explicações por causa da violência é tão risível que até o momento não consegui imaginar como a nossa chancelaria teve tamanha cara de pau. O “Escritório sobre Drogas e Crime das Nações Unidas” classifica o Brasil como o 16º país mais violento do mundo em termos relativos e o mais violento do mundo em números absolutos de homicídios anuais. A soma populacional das capitais Maceió e João Pessoa equivale ao número de habitantes da Faixa de Gaza. Em 2013 foram 1310 homicídios nessas duas cidades somadas, em tempos de paz, o que equivale a metade dos mortos em Gaza durante essa guerra aberta. Se fôssemos adentrar na discussão da violência do Estado, com suas leis interventoras, e da polícia despreparada sobre o indivíduo brasileiro, os números seriam igualmente assustadores.

Dado o atual panorama da segurança pública brasileira, seria absolutamente razoável que todos os países do mundo com representação diplomática no Brasil convocassem seus embaixadores para explicações sobre o porquê da violência aqui ser tão grande se estamos supostamente em tempos de paz. Mas para o Governo brasileiro é melhor criar um fato político com o problema humanitário alheio do que ter a decência de admitir suas próprias falhas na promoção de direitos humanos.

Falando em direitos humanos e países islâmicos, nessa semana tivemos a declaração do líder do grupo jihadista Estado Islâmico (ISIS), Abu Bakr al-Baghdadi, ordenando a prática da mutilação genital nas mulheres do califado muçulmano organizado por ele dentro da Síria e do Iraque. Há rumores de que o ISIS já está operando também dentro de Gaza e da Cisjordânia, ou seja, em breve teremos mulheres mutiladas aos borbotões em vários pontos do Oriente Médio, inclusive na Palestina. Esse, que é um dos crimes mais horríveis feito sistematicamente contra mulheres, não é feito em Israel, mas esquerdistas são bastante incongruentes na hora de escolher seus rivais.

De acordo com a Anistia Internacional, são 27 os países que hoje praticam sistematicamente a mutilação feminina: Benin, Burkina Faso, Camarões, República Central Africana, Chade, Costa do Marfim, República Democrática do Congo, Djibuti, Eritreia, Etiópia, Gâmbia, Gana, Guiné, Guiné Bissau, Quênia, Libéria, Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria, Senegal, Serra Leoa, Somália, Sudão, Tanzânia, Togo e Uganda.

Dado o horror dessa prática, imaginei que um Governo tão diligente com os direitos humanos como o Brasil parece querer se mostrar ser, certamente deveria ter pedido esclarecimentos para os governos citados e até retirado seu corpo diplomático de países bárbaros como aqueles.

Então dei uma entrada no site da chancelaria brasileira, e descobri que temos representantes diplomáticos em praticamente todos os países e que nenhum diplomata brasileiro jamais foi convocado para explicar a barbárie cometida lá contra mulheres indefesas. Pelo contrário, o Governo brasileiro fez questão de perdoar a dívida de vários ditadores desses países com o Brasil.

Dada toda essa situação deprimente, sinceramente, acho que seria melhor se fôssemos apenas anões diplomáticos, e não esquizofrênicos antissemitas. Direitos humanos devem ser defendidos para todos: mulheres, judeus, muçulmanos… indivíduos!

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Bernardo Santoro

Bernardo Santoro

Mestre em Teoria e Filosofia do Direito (UERJ), Mestrando em Economia (Universidad Francisco Marroquín) e Pós-Graduado em Economia (UERJ). Professor de Economia Política das Faculdades de Direito da UERJ e da UFRJ. Advogado e Diretor-Executivo do Instituto Liberal.

5 comentários em “Brasil não é anão diplomático, só tem um governo hipócrita e esquerdista

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    25/07/2014 em 2:03 pm
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    Como besteira pouca é bobagem, temos ainda o que adicionar: o silêncio frente aos crimes venezuelanos contra sua própria população recentemente. E foi bem aqui do lado. Além de anã, nossa diplomacia é caolha, ou, data venia ao politicamente correto, seria mais adequado chamá-la de canalha?

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    25/07/2014 em 10:22 am
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    Tem certa razão o dirigente israelita que chamou o Brasil de “anão diplomático”, salvo por três motivos:
    (1) Violou os princípios da Cartilha do Politicamente Correto, dos petistas Nilmário Miranda e Perly Cipriano, de 2004, pela qual deveria ter dito que o Brasil “padece de nanismo” nas relações internacionais;
    (2) Não ressaltou que, até a chegada do PT ao poder, o Brasil era um gigante da diplomacia, cabendo-lhe a abertura anual da Assembleia Geral da ONU, desde sua fundação – o nanismo começou em 01/01/2003; e
    (3) Não notou que há outros seis “deficientes em estatura”, conformando o fabular grupo de sete auxiliares de Branca de Neve (quem será?) organizado pelo PT a partir de julho de 1990, no bojo do Fôro de São Paulo. Senão, vejamos:
    – Mestre: Fidel Castro, o “Comandante” cubano idolatrado, é claro; ou teria sido o venezuelano Hugo Chávez?
    – Feliz: Lula, o Presidente de fato, por óbvio; ou seria Nicolás Maduro, o sucessor e psicografista de Chávez, com quem se comunica por meio de passarinhos?
    – Zangado: Marco Aurélio “Top-top” Garcia, o Chanceler de fato; ou seria seu colega, o eclesiático Gilberto Carvalho, o homem dos “movimentos sociais”?
    – Atchim: Evo Morales, o boliviano expropriador de refinarias, já que a matéria-prima de seus cocaleros provoca espirros; ou seria o ex-sandinista nicaraguense Daniel Ortega, que, pelo silêncio, deve andar gripado?
    – Dengoso: ou melhor, Dengosa – Cristina Kirchner, a argentina empasteladora de jornais; ou seria o defenestrado paraguaio Fernando Lugo, caso raro de bispo com filhos?
    – Soneca: José Mujica, o ex-tupamaro uruguaio, já que o matinho que liberou por lá traz certa sonolência; ou seria o hondurenho Manuel Zelaya, que, deposto mas acolhido pela Embaixada Brasileira (que invadiu), ali ficou meses, a fazer “siestas” em uma rede?
    – Dunga: Rafael Corrêa, o equatoriano, de gênio bem parecido com seu homônimo, atual técnico de nossa seleção, e que, como este, repete mandatos?

    Mas além dos personagens criados pelos Irmãos Grimm, há seus antípodas – os inventados pelos estúdios Disney, conhecidos como “Sete Anões Maus” – Astuto, Maligno, Mastim, Rícino, Espinafre, Teimoso e Sibilo – que cito como contribuição tanto ao chanceler israelense quanto ao brasileiro, para que prossigam com a brincadeira, alcunhando assim quem bem entenderem. Vai ser muito engraçado…

    Por fim, espero que, após o pleito de outubro, os anões brasileiros saiam das minas de diamantes onde se encastelaram e marchem de volta, cantando, alto e bom som – “Eu vou, eu vou, p’rá casa, agora eu vou… Parará-tim-bum, Parará-tim-bum… Eu vou, eu vou, eu vou eu vou…”

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    25/07/2014 em 5:42 am
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    Falar de multidão genital e esquecer de Israel parece piada.
    Seria risível essa ironia se não fosse deplorável a mutilação genital massiva de TODOS os recém-nascidos tanto nos EUA, quanto em Israel por motivos primitivos(um mito pueril de 3000 anos atrás).
    Fato esse que praticamente ninguém se importa, divulga ou as mídias sempre ignoram por motivos estranhamente “escusos”. Que tal falar apenas um pouco dessa mutilação genital de recém-nascidos? Algo que deveria ser visto como anti-humano e digno de horror dessa prática por qualquer ser minimamente racional.

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      28/07/2014 em 2:49 pm
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      Valdir, me permita discordar do senhor. Mutilar pressupõe incapacitar algo, retirar algo do corpo que, como consequência, inabilite. Fato este que não se observa nas circuncisões, que creio ser sobre o que o senhor discorre. Um circuncidado possui condições iguais aos não circuncidados. A diferença básica é apenas estética. Nem sensibilidade é algo tão relevante, pois é uma questão individual, que varia de pessoa para pessoa. Não podemos dizer o mesmo, por exemplo, da circuncisão feminina, que aqui, sim, há mutilação, pois a mulher perde uma parte relevante do corpo, incapacitando-a, pois o ÓRGÃO é retirado.

      Resumindo: 1- não há mutilação, pois circuncisão não inabilita; 2- nenhum órgão é retirado do corpo; 3- a circuncisão é algo praticado por todos os judeus religiosos do mundo, não apenas nos EUA e Israel; 4- a circuncisão feminina, que não é uma prática judaica, sim, é mutilação, pois retira um órgão.

      Há estudos científicos disponíveis às pencas sobre os benefícios da postectomia clássica, que tanto não é anti-humano que possui até nome científico, além de ser realizada em todos os cantos do mundo de maneira legal e por indicação médica.

      Doenças como o HIV têm o risco de infecção em homens reduzido em 50-60%, segundo os estudos mais recentes. Além de outras doenças causadas por vírus, papilomavírus e bactéricas.

      Atualmente, a tendência é que todos os Mohalim(pessoas que realizam a circuncisão) sejam médicos certificados. Nos movimentos judaicos autênticos isto já é prática comum. Há ainda quem realize o procedimento sem ser médico, porém isto costuma ocorrer em grupos sem representatividade e, muitas vezes, pseudo-judaicos.

      Espero ter esclarecido. Aproveito para esclarecer que não sou judeu, portanto, meu discurso é isento de motivações religiosas.

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    24/07/2014 em 2:47 pm
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    Bernardo,
    Partilho a sua perplexidade com a deplorável condução da diplomacia brasileira nos últimos anos. Em outras palavras, desde a ascensão do lulo-petismo agimos de forma tão ridícula e irresponsável em política externa que é até difícil encontrar adjetivos à altura.
    Só faria a seguinte correção: antes desse apagão mental sob a liderança do grande Top-Top Garcia, o Brasil era um país privilegiado pelo profissionalismo da sua diplomacia. Muito antes da ONU, vale a pena lembrar, fomos gigantes diplomáticos, com Rui Barbosa, Oliveira Lima, Joaquim Nabuco e o inigualável Barão do Rio Branco. Ainda no tempo do Brasil colônia já escrevemos belas páginas com um Alexandre de Gusmão e outros luminares da diplomacia portuguesa, como o Duque de Palmela, por exemplo. Portanto, temos uma longa e luminosa tradição que, como tudo o mais, está sendo lançada ao lixo por essa horda de “incapazes capazes de tudo”.
    Em relação a Israel, com certeza Osvaldo Aranha estará se revirando no túmulo.

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