As baixarias eleitorais do PT fazem mal ao Brasil
A democracia brasileira é jovem. Nossa redemocratização ocorreu na década de 80, e nossa primeira eleição direta para presidente em 89. Às vésperas da nossa sétima eleição presidencial consecutiva (algo absolutamente inédito na história do Brasil), as perspectivas são preocupantes. A divisão política e a polarização da opinião pública brasileira nessas eleições têm passado do limite da (saudável) divergência de ideias políticas. Vivemos hoje um clima fratricida, cruel e incivilizado.
Quem acompanha o debate que se desenrola na mídia e nas redes sociais percebe que há excessos e agressões dos dois lados. Mas a grande diferença é que de um deles as agressões partem de canais institucionais oficias. Os ataques de Lula, Dilma e do PT à campanha e à imagem do candidato Aécio Neves têm levado a campanha – e até mesmo os debates televisivos – a um mar de lamas que mancha a todos, mas em especial o debate político brasileiro.
Uma coisa é o militante apelar para argumentos mais exaltados. Outra bem distinta, volto a afirmar, é a baixaria institucionalizada nos canais oficiais de comunicação da campanha (comícios, site, conta no Twitter ou página do Facebook). Ao longo dos últimos meses, tem havido uma escalada para além da demagogia barata com a qual já estamos acostumados (do qual são expoentes o episódio da “crise causada por gente branca de olhos azuis”, e da “elite branca” que vaia a presidente nos estádios) e o maniqueísmo eleitoreiro.
Temos comparações esdrúxulas sobre indicadores econômicos de períodos maliciosamente selecionados e até mesmo sobre o visual das pessoas no governo do PSDB e do PT. Na campanha da Presidente Dilma tem havido também amplo espaço para insultos, insinuações de uso de drogas e agressão a mulheres e mentiras sobre votações de Aécio Na cabeça dos coordenadores de campanha e marqueteiros de Dilma, vale até chamar o adversário de “Abominável Tucano das Neves” (oi?!). Tudo isso acompanhado do tradicional vitimismo (com toques de terrorismo eleitoral) calibrado por acusações um tanto patéticas de machismo por ter, pasmem, tratado a candidata de igual pra igual como trataria um candidato. Como não poderia deixar de ser, há espaço até para comparação com Hitler da parte de um dos principais intelectuais do PT, além de suplente de Senador,
Em meio a este lodaçal, merece menção honrosa a sátira chapa-branca Dilma Bolada que, apesar de não ser institucionalmente ligada à Presidente, é sabidamente “incentivada” pela Presidente e seu partido. O personagem dá o tom das baixarias nas redes sociais fazendo frequentes ilações a respeito da vida privada de Aécio.
Compilar todas as infindáveis calúnias e difamações praticadas pela militância petista (boa parte dela paga com dinheiro dos nosso impostos) seria tarefa impossível. Mas a amostra da baixaria oficial já fala por si só. Os exemplos de baixarias por parte de Dilma, Lula e o PT desqualificam o debate e servem para inflamar suas militâncias, dificultando ainda mais a convivência pacífica entre os dois lados.
A democracia é um sistema composto de “jogos repetidos”, o que quer dizer que os atores envolvidos aprendem a jogar conforme as regras do jogo a cada nova rodada. Se o eleitorado aceita passivamente que debates políticos virem bate-bocas rasteiros aditivados por baixarias, boatos e fofocas, e, além disso, mostra-se volúvel diante de evidências há um claro incentivo para que haja um nivelamento por baixo. É o famoso “quanto pior, melhor”. Todos saímos perdendo, exceto talvez aqueles que vejam na democracia representativa um mero conjunto de expedientes políticos burgueses a serem gradualmente destruídos.
Infelizmente, o PT de hoje não é mais do que uma caricatura do partido que um dia se propôs a mudar o país e teve seus inegáveis méritos na diminuição da pobreza extrema e na manutenção dos pilares macroeconômicos que garantiram nossa relativa estabilidade ao longo dos últimos 12 anos. Hoje, presta um grande desserviço ao debate público colocando a discussão de questões importantes ao futuro do nosso país em segundo plano, e dando espaço à baixaria e a tentativas baixas de assassinato de reputações de adversários.
Acredito que no meio dos militantes petistas, deva ter gente correta, ética, idealista, honesta, não é possível que pessoas com essas qualidades possam aceitar e defender e até participar do comportamento sujo do PT, o que se passa na cabeça dessas pessoas? Se essa defesa e aceitação viesse dos humildes, que nem imaginam o que seja um petrolão por exemplo, até entendo, mas dessa dita intelectualidade de bosta, não.
Assim sendo, osn tribunais eleitorais deveriam censurar democraticamente a divulgação de dos crimes praticados por candidatos e partidos, para que o eleitor pudesse apenas escolher promessas positivas, propositivas. …rsrs
Isso sim é a verdadeira democracia democratica. Aliás se deveria mesmo proibir, democraticamente, a policia de descobrir falcatruas de governantes e candidatos para que tal não influenciasse nas escolhas democráticas populares. É um absurdo que a policia apure crimes de governantes e candidatos e ainda por cima divulgue suas investigações em prejuizo de candidaturas. Isso é uma violência contra as escolhas democraticas. O eleitor, numa democracia verdadeira, não pode ficar sabendo das mentiras e crimes de candidatos ou governantes. Isso é uma baixaria inominável, um absurdo anti democratico.
Os tribunais eleitorais, em nome da democracia democrática defendida pelos verdadeiros democratas maravilhosos, deveriam proibir a divulgação de baixarias como roubos e mentiras de governantes e candidatos. Essas denúncias deveriam ser democraticamente censuradas para que o povo popular pudesse escolher apenas com base nas propostas dos candidatos.
Censura democrática!!! …assim se faz um pais maravilhoso e politicamente correto. …rsrs
Abaixo as baixarias!!! Abaixo a informação!!!
Democratas maravilhosos são contra baixarias, só os feiosos defendem que se aponte o dedo para os salafrarios e os denuncie. Apuração e divulgação de falcatruas e crimes de politicos e candidatos é coisa feia, de gente feiosa e mal educada. …hum!!! …careta de indignação para estes feiosos!
Excelente texto, Fabio. Só vou sugerir um adendo quando vc, com a generosidade das grandes almas, no ultimo paragrafo, reconhece: “… inegáveis méritos na diminuição da pobreza extrema”.
O mais justo, com o período FHC, seria “… inegáveis méritos na manutenção das taxas de diminuição da pobreza extrema.”, uma vez que, ao analisarmos os gráficos desde 1994, percebemos que as taxas não tiveram alteração.