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As medidas impopulares de Temer e a sombra de Dilma

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michel_temerEm entrevista ao Fantástico no domingo, Michel Temer, Presidente em exercício do Brasil, foi perguntado acerca da possibilidade de ser candidato à reeleição em 2018. Ele não negou por completo, mas disse que hoje ele não seria candidato, e que é melhor ele não ser, pois isso lhe daria a independência para tomar medidas importantes para o Brasil, ainda que impopulares.

Que medidas impopulares seriam essas? E essas medidas afetam apenas 2018?

As medidas impopulares estão sempre ligadas à necessidade de redução de gastos públicos. Parece difícil para um leitor liberal acreditar nisso, pois parece música para os leitores desse espaço. Na prática, no entanto, isso nem sempre é uma realidade para a população mais pobre, que normalmente se encontra viciada em benefícios públicos, ou está vinculada através da previdência.

A previdência, diga-se, é o segundo maior gasto público do orçamento, atrás apenas do custeio de rolamento da dívida, sendo essas duas áreas aquelas que precisam ser imediatamente repensadas, no primeiro caso, para insatisfação dos aposentados e trabalhadores em geral, no segundo caso para os investidores e empresários que sustentam a economia brasileira. Reformas nas duas áreas são urgentes para redução da dívida pública, que está em quase três trilhões de reais, tendo um aumento de 497 bilhões de reais apenas no último ano, graças ao descalabro gerencial de “gerentanta” Dilma Rousseff.

Um corte de gastos em outras áreas de serviços públicos, como educação e saúde, podem levar a uma insatisfação social coletiva, especialmente tendo-se em vista que as áreas de prestação direta de serviço público já são muito precarizadas.

Um corte de gastos com privatizações de setores estratégicos e corte de verbas sindicais levariam os pelegos a protestos em todo o país, sendo de grande desagrado ao lumpesinato que orbita essas instituições.

Destaca-se ainda que um corte de gastos na máquina pública criaria insatisfação na base política de sustentação de Temer, que possibilitou a retirada do péssimo Governo PT e da “presidanta”. Corte de pessoal significa corte de propinas e corrupção.

Nesse último caso reside o problema não apenas de 2018, mas de 2016. Embora Dilma já esteja afastada, ela ainda será julgada pelo Senado Federal, que pode absolvê-la das acusações imputadas. Para criminalização, são necessários 54 votos, e a admissibilidade do impeachment, embora tenha sido aprovada com 55 votos, está longe de ser uma questão pacificada no Senado, estando no limite da aprovação. Alguns senadores que votaram a favor do afastamento, como Romário (PSB/RJ), já dão sinais de insatisfação com a guinada à direita do Governo e da tomada de medidas como as apresentadas acima.

Quando a Presidente Afastada Dilma Rousseff ameaça em twit que pretende retornar a exercer as funções presidenciais, não é à toa. O PT não morreu. É um adversário duro que sabe jogar a guerra política, além de ter uma agenda populista que destrói o Brasil, mas que no curto prazo pode anestesiar a população de baixa renda.

Os 180 dias até o julgamento final da Presidente afastada devem ser conduzidos com cautela, talvez de forma a não assustar senadores de centro-esquerda em um primeiro momento, com o aprofundamento das reformas liberais necessárias somente após a deposição definitiva do PT.

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Bernardo Santoro

Bernardo Santoro

Mestre em Teoria e Filosofia do Direito (UERJ), Mestrando em Economia (Universidad Francisco Marroquín) e Pós-Graduado em Economia (UERJ). Professor de Economia Política das Faculdades de Direito da UERJ e da UFRJ. Advogado e Diretor-Executivo do Instituto Liberal.

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