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A hipocrisia do CAHIS-UERJ e o Escola Sem Partido

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cahisuerjMesmo diante de uma realidade evidente e que não mereceria maiores questionamentos, há quem prefira, de má intenção, se recusar a enxergar. Diante dos interesses ideológicos, acima da verdade – essa mesma que os relativistas contemporâneos preferem sentenciar, como verdade absoluta (por ironia), que não existe -, o preto vira branco, o branco vira preto, o quadrado vira redondo, e o culpado se torna vítima. Assim age o Centro Acadêmico de História (CAHIS), da UERJ, em sua página do Facebook, combatendo o projeto Escola Sem Partido.

Depois do senador pedetista Cristovam Buarque, com sua insistente ladainha em prol da educação como panaceia para resolver todos os problemas do país, mas rejeitando propositadamente essa que é uma das mais eficazes iniciativas no sentido de aprimorá-la, o CAHIS, nas poucas linhas da nota, forneceu uma das mais perfeitas demonstrações da própria necessidade do projeto do advogado Miguel Nagib.

Em post do último dia 12, disseram eles, em queixume, que, já “cotidianamente engessados com a falta de autonomia pedagógica nas escolas e cumprimento de metas” – pergunto-me qual o problema com o cumprimento de metas, aliás, mas certamente que concordo quanto aos prejuízos do sistema educacional do MEC, por motivos certamente diferentes dos do CAHIS -, os historiadores devem lamentar agora que “a Câmara Municipal, através do (não) ilustríssimo vereador Carlos Bolsonaro”, esteja tentando “empurrar o projeto Escola Sem Partido”.

O CAHIS define o projeto como defensor da terrível tese (sic) de que “as aulas deverão ser “neutras” de qualquer ideologia política, o que atinge principalmente às disciplinas de ciências humanas, como Sociologia e História, que buscam desnaturalizar e desconstruir paradigmas sociais”. Atenção, leitores; uma overdose do “marxismo paulofreirista” parece ter contaminado essa nota, a ponto de eles admitirem, sem qualquer pudor, que disciplinas como Sociologia e História não têm servido para dotar os alunos de instrumentos cognitivos, a fim de que eles tenham LIBERDADE para produzir seus próprios julgamentos. Não; o objetivo desse ensino é fazê-los “desconstruir paradigmas”. Em outras palavras, provocá-los a dirigir suas idéias em uma determinada direção, em disposição ativa, pregadora, tentando desviá-los de determinados valores e convicções – presumivelmente, aquelas que tenham sido passadas pelos pais e familiares das crianças e jovens, ou que aqueles lhes tenham tentado passar. Obrigar professores a se limitarem à sua função de ensinar e oferecer os instrumentos, em vez de dizer como os alunos devem pensar ou que opinião devem ter, que opinião é SOCIALMENTE ACEITÁVEL, sobre esse ou aquele assunto? Que absurdo! De onde tiraram uma ideia tão retrógrada? Correto mesmo é continuar lobotomizando os estudantes e formando amebas socialistas.

Isso tudo, para o CAHIS, é um exagero. Afinal, a “doutrinação política” de que Nagib e outros tanto falam não passa de “uma farsa”, já que, “mesmo que o/a educador/a tente passar suas ideologias”, o que o CAHIS havia acabado de dizer que é parte integrante de sua tarefa, “não compete em pé de igualdade com a mídia e a reprodução dos valores do senso comum, que garantem a hegemonia conservadora”. Uma vez mais nos perguntamos em que dimensão essas pessoas vivem. Hegemonia conservadora? Na mídia, na produção cultural? Que dizem eles dos inúmeros artistas que, em troca de financiamentos governamentais generosos, se vendem ao regime lulopetista? Que dizem eles dos inúmeros blogs e jornalistas que recebem polpudas quantias para multiplicar mentiras a favor do governo federal e impropérios contra todo tipo de oposição e divergência do mainstream esquerdista? Que dizem dos veículos de imprensa que hoje se abrem fortemente a todo tipo de agenda dita “progressista” – o que, por vezes, está longe de ser verdadeiro progresso – e que, desde os estertores do regime militar, abrigavam comunistas produzindo até mesmo telenovelas? Cadê a hegemonia conservadora? Como essa tal “mídia conservadora”, que não existe, pode competir, na formação dos jovens, com horas e horas em salas de aula ouvindo e absorvendo odes a Gramcis e Lenins, enquanto Hayeks e Burkes permanecem sumariamente ignorados?

“Um/uma professor/a de humanas incomoda muita gente. Vale lembrar que esse projeto tramita também em âmbito nacional, devemos nos alertar!”, exaspera-se o CAHIS. É compreensível. Realmente eles têm motivo para se preocuparem. Aprovado o projeto e efetivamente aplicado, a tendência é que percam a chance de fazer do sistema educacional um grande palanque para produzirem militontos servis e descerebrados, e cedam lugar a professores de verdade, recolhendo-se à mediocridade que lhes é de direito. O futuro do país agradecerá.

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Lucas Berlanza

Lucas Berlanza

Jornalista formado pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), colunista e presidente do Instituto Liberal, membro refundador da Sociedade Tocqueville, sócio honorário do Instituto Libercracia, fundador e ex-editor do site Boletim da Liberdade e autor, co-autor e/ou organizador de 10 livros.

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